sexta-feira, 2 de novembro de 2018

14º Aniversário do Bloco Lírico Com Você no Coração

14º ANIVERSÁRIO - DIA 09/11/2018, DAS 18 ÀS 22 HORAS NA ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DA SUDENE - ENGENHO DO MEIO, RECIFE.
ENTRADA: 2 KG DE ALIMENTOS NÃO PERECÍVEIS, 
EM PROL DO ABRIGO CRISTO REDENTOR


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Paço do Frevo atinge a marca de 500 mil visitas

img_alt
Número foi celebrado com festa e prêmios para a estudante Carla Oliveira, que foi ao museu pela primeira vez na tarde de hoje e cruzou a linha de meio milhão de atendimentos. (Foto: Cortesia)

O frevo confirmou na tarde de hoje sua vocação para reunir multidões. Por volta das 14h30, o Paço do Frevo, equipamento de salvaguarda do gênero musical que conta os primeiros capítulos da história do país, atingiu a marca de 500 mil visitas registradas, desde a inauguração do equipamento, em fevereiro de 2014.
Ao entrar no museu, a estudante Carla Oliveira, 26 anos, entrou também para a história, cruzando a impressionante marca de meio milhão de visitantes atendidos pelo equipamento. Carla foi recebida com festa e vários presentes. Ganhou passe livre para voltar quantas vezes quiser ao museu por um ano, ecobag e kit do Paço do Frevo com voucher para o Malakoff Café e a Me Poupe Loja Colaborativa.
A comemoração vai continuar em outubro, quando a rua em que Carla mora receberá uma edição especial do Arrastão do Frevo. “Nunca tinha visitado o Paço antes. Ouvia falar, mas nunca imaginei que pudesse ser tão maravilhoso. Foi minha primeira vez e já foi tão importante.”
“Que venham outros 500 mil e muitos visitantes mais! A história do frevo merece ser contada, preservada e renovada, com toda a força e alegria que o Paço do Frevo dedica à cultura de Pernambuco e do Brasil inteiro”, disse o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Diego Rocha, que recebeu e cumprimentou Carla, junto com o gerente do Paço, Eduardo Sarmento.
Centro de referência de ações, projetos e atividades de documentação, transmissão e valorização do frevo, Patrimônio Imaterial da Humanidade reconhecido pela Unesco, o Paço do Frevo é uma iniciativa da Prefeitura do Recife, com realização da Fundação Roberto Marinho e gestão do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG).
Desde o dia 9 de fevereiro de 2014, quando foi inaugurado, o museu já realizou mais de 84 mil visitas guiadas, recebeu 451 atrações culturais, 104 eventos dentro da programação da Quinta no Paço e do Sábado no Paço, 42 Arrastões do Frevo, 14 rodas de frevo, 7 conexões do frevo e mais 148 outras atividades.
Entre tantas ações sistemáticas, destaca-se a Hora do Frevo, atividade gratuita realizada às sextas-feiras, sempre na hora do almoço, que incentiva novas leituras instrumentais, clássicas, contemporâneas e autorais do frevo, que já teve 141 edições realizadas e foi contemplada com o prêmio Funarte de programação continuada para a Música Popular. Em 2017, o Paço do Frevo foi reconhecido também como Centro de Referência em Representação, Ações, Projetos, Manifestação e Salvaguarda pelo Iphan. E tudo isso é só o começo.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Carnaval do Recife: Tribos de Índios


Oriundas do Estado da Paraíba, as Tribos de Índios foram incorporadas ao Carnaval do Recife, sendo muitas vezes confundidas com os caboclinhos. Apresentam danças bastante complexas, acompanhando o ritmo marcado pela musicalidade indígena, com temáticas ligadas à luta, guerra, morte e ressurreição.
As primeiras Tribos de Índios que se apresentaram no Carnaval do Recife foram a Tupi-Guarani (fundada em 1951), a Tupi-Papo-Amarelo (1962) e a Paranaguazes (1953), as duas primeiras fundadas no Estado da Paraíba e a terceira criada em Pernambuco sob influência paraibana. A Tribo de Índio Tupi-Guarani era liderada por Perré, descendente de índio proveniente da Paraíba que influenciou o surgimento de diversos outros grupos no nosso estado, deixando como legado, inclusive, um tipo de dança executada pelos Caboclinhos e pelas Tribos de Índios com seu nome.
Assim como nos caboclinhos, a apresentação conta com a presença de personagens e de cordões de índios e índias. O porta-estandarte normalmente abre o desfile, seguido do cacique e da cacica (alguns grupos também trazem rei e rainha), puxante, espião e feiticeiro, finalizando com os cordões. Os cordões apresentam-se em duas fileiras: as índias de um lado portando machadinhas, e os índios de outro com lanças na mão direita e escudos na mão esquerda. Além destes, as agremiações trazem o conjunto de músicos e algumas delas apresentam alas de crianças.
Os participantes normalmente pintam o corpo de vermelho e usam camisas de cetim ou veludo com desenhos de escudos e machados no centro. A indumentária, incluindo os leques e cocares, é confeccionada com penas de peru, de pato, além de boá. O figurino, os adornos e o estandarte são ricamente decorados com franjas, lantejoulas e pedrarias.
O baque geralmente é composto de dois bombos (ou surdos), maraca (ou ganzá) e gaita. Executam músicas singulares, que influenciam diretamente na coreografia/evolução, momentos em que alguns grupos apresentam o perré, a macumba, a matança (parte encenada em que os índios lutam para se estabelecer como pajé), e outras evoluções. As loas muitas vezes falam das guerras, de lideranças que já se foram, do próprio grupo e da religião.
Assim como ocorre nos caboclinhos, grande parte dos mestres das Tribos de Índios são seguidores da Jurema ou do Candomblé, dando um toque de religiosidade à manifestação.

TUPI GUARANI
O Clube de Índios Tupi Guarany foi fundado no bairro de Caixa d´Água (Olinda) em 15 de setembro de 1945, dando início à história das Tribos de Índio de Pernambuco, já que, até então se tratava de uma manifestação cultural da Paraíba. Por iniciativa do paraibano Severino José da Silva, conhecido por Perré, a Tribo foi fundada com seus amigos Valdemar, José e Sebastião.
Apesar de não se saber o real motivo de Perré ter voltado para a Paraíba, muitos líderes de outras Tribos de Índios que brincaram na Tupi Guarany falam do legado que Perré deixou relacionado ao formato, à musicalidade, à indumentária e, principalmente, às coreografias dessas agremiações que, até hoje executam uma evolução específica com o nome de Perré.
As atividades da Tupi Guarany foram assumidas por José Caetano de Oliveira, gaiteiro da Agremiação, que deu continuidade à brincadeira até abril de 2001, quando faleceu. Sua esposa, Dona Maria de Lourdes, que já estava na presidência do grupo desde 1985, mantém a agremiação até os dias de hoje.
Tem como cores oficiais o vermelho e o amarelo e como símbolos a figura de um Índio, setas e machados, presentes no estandarte e nas fantasias. Participa do concurso de Agremiações Carnavalescas da Prefeitura do Recife, onde já conquistou diversos títulos.
Endereço: Rua Córrego dos Carneiros, 2ª travessa, n° 35, Caixa D´Água, Olinda, PE
Contato: (81) 3443.7018 / 98627.7952

TRIBO DE ÍNDIO TUPINAMBÁ
A Tribo de Índio Tupinambá foi fundada como Caboclinho em 10 de fevereiro de 1980, por Sebastião José de Silva, no bairro de Areias. Após a morte de seu fundador/presidente em 2000, a Tribo suspende suas atividades e passa dois anos sem desfilar. Em 2002, Cidiclei Simões, devido à experiência de ter desfilado na Tribo Tupi Guarany durante 19 anos, entra em contato com a família de Seu Sebastião e pede autorização para dar continuidade ao Tupinambá. A partir de então, a agremiação passa a desfilar como Tribo de Índio e fazer parte da comunidade da Linha do Tiro.
Tem como cor oficial o vermelho e como símbolos o machado, a lança e o escudo, elementos presentes no estandarte e nas fantasias. O figurino é idealizado pelo próprio Cidiclei que, junto com sua mãe, irmã e esposa, confecciona as fantasias, os adereços e os cocares. A sede funciona em sua própria casa e se estende por toda a rua, onde ocorrem ensaios e festas. Presidente: Cidiclei Simões de Melo.
Endereço: Rua Large Grande, nº 96, Beberibe, Recife
Contato: (81) 98846.0418 / 98329.2850 / 98846-0418

TRIBO DE ÍNDIOS TUPINIQUINS
A Tribo de Índios Tupiniquins foi fundada em 15 de janeiro de 1922, no bairro de Afogados, por José Manoel dos Santos, Inaldo Galdino da Silva, José Manoel da Silva e Maria José Correia da Silva.
A partir da década de 1980, a agremiação passa a desfilar no Concurso de Agremiações Carnavalescas, obtendo diversos títulos de campeã e vice-campeã.
Seu símbolo é o próprio índio Tupiniquim e suas cores oficiais são o vermelho e o amarelo, influências da ligação da agremiação com os cultos indígenas da Pajelança e do Catimbó, que dão um toque místico à Tribo. O presidente é João Batista Galdino da Silva.
Endereço: Rua do Maruim, nº 163, São José, Recife.
Contato: (81) 98734.3520 / João – 99834.8278

Maestro Duda e Getúlio Cavalcanti ganham livros dentro da Coleção Frevo, Memória Viva

Dois nomes referenciais da música pernambucana, maestro Duda e Getúlio Cavalcanti, têm suas histórias de vida e obra artística  destacadas em livros que serão lançados pela  Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). Os títulos integram a Coleção Frevo, Memória Viva - selo criado  para evidenciar o legado daqueles que contribuíram (e vem contribuindo) com a mais pernambucana das expressões culturais. A tarde de autógrafos contará, ainda, com apresentação musical dos biografados.
Os livros foram escritos pelo jornalista, crítico musical e pesquisador Carlos Eduardo Amaral, que também assina o título inaugural da coleção (Maestro Formiga: Frevo na tempestade, R$ 21, 00). “Os livros  desta coleção não são uma biografia ou um inventário, mas, sobretudo, livros-reportagens que abordam seus personagens centrais junto com problemáticas e aspectos que envolvem o frevo em sua essência musical, cultural e sociológica. São livros que possuem capítulos para leigos, para músicos,  para curiosos e para estudiosos”, destaca.
Maestro Duda, uma visão nordestina destaca, em 163 páginas, distribuídas em 13 capítulos,  aquele que é considerado um dos maiores arranjadores da música instrumental brasileira do século XX e que, aos 82 anos de idade, encontra-se em plena produção criativa. Regente, compositor, arranjador, instrumentista, Patrimônio Vivo de Pernambuco (2010), membro da Academia Pernambucana de Música, Duda nasceu no município de Goiana, em 23 de dezembro de 1934, tendo como nome de batismo José Ursicino da Silva. Sem formação acadêmica, iniciou sua história musical na infância, na Saboeira (Sociedade Musical 12 de outubro), tendo como atribuição inicial carregar as partituras da banda. Aos 12 anos, compôs o primeiro frevo (Furacão), revelando precocemente o talento que o colocaria, ao longo das décadas, como um dos mais influentes músicos pernambucanos.
Para Carlos Eduardo Amaral, os livros da coleção cumprem papel de bússola, ajudando a orientar pesquisadores em estudos mais aprofundados sobre o universo do frevo e seus atores. No caso de Duda, a obra é esteio importante. Aborda a formação musical do maestro, a relação com outros ícones - Capiba Guerra Peixe, Clóvis Pereira, entre muitos -, a passagem pela Rádio e TV  Jornal, a formação de bandas, o ingresso na Orquestra Sinfônica do Recife e o trabalho como regente na TV Bandeirantes (SP).  Fala sobre envolvimento de sua família (três gerações) com a música, seus causos, a produção para cinema e até dados pouco conhecidos - como o teste para cantor e a atuação como professor de música da cantora Vanusa.
Getúlio Cavalcanti - Maestro Duda exerceu papel importante na carreira de inúmeros músicos, entre eles, o compositor e cantor Getúlio Cavalcanti, terceiro retratado pela Coleção Frevo, Memória Viva. Autor de mais de uma centena (músicas catalogadas) de frevos de bloco, frevo-canção, entre outros gêneros, como o samba, maracatu, bolero, Getúlio contou com o apoio de Duda para que seu frevo O Bom Sebastião fosse gravado. A música, inscrita Concurso de Música Carnavalesca da Prefeitura (1976) foi aclamada pelo júri e definitivamente abriu as portas para a fama.
Com 160 páginas, 14 capítulos, incluindo tabela de canções, discografia e iconografia, Getúlio Cavalcanti, o último regresso percorre e revela fatos importantes dos 57 anos de carreira do autor do frevo Último regresso (1981)  “o mais cantado, gravado e conhecido de um compositor vivo, rivalizando, no cânone do gênero, com Madeira que cupim nao roi, Evocação, o Hino do Batutas de São José e Valores do passado, ou seja, com Capiba, Nelson Ferreira, João Santiago e Edgard Moraes”, destaca o autor.
Getúlio de Souza Cavalcanti nasceu no dia 10 de fevereiro de 1942, em Camutanga. Iniciou a carreira em 1962, integrando o cast de cantores da Rádio Clube e da TV Tupi, gravando naquele ano seu primeiro frevo-canção (Você gostou de mim). Para manter a família, dividiu a paixão pela música com outras atividades (trabalhou no Diario de Pernambuco, foi representante comercial da Arno, IBM), fato que o obrigou a morar em outros estados, como Pará, Sergipe e São Paulo. “No caso de Getúlio, seus frevos-canção, frevos de bloco (e até eventualmente, marchas e sambas), além de regalos, configuram um vasto inventário  que pode ser organizado parte como um mapa, parte como uma linha do tempo e parte como um memorial  que transcende o aspecto afetivo do seu criador e se transmuta  em uma mini enciclopédia do carnaval pernambucano”, atesta Carlos Eduardo Amaral.

Clube das Pás - O Mais Antigo

A historia do Clube Carnavalesco das Pás é do tempo da Abolição da Escravatura no Brasil. Lá para os idos de 1888, um navio cargueiro inglês aportou no Recife, precisando ser abastecido de carvão para seguir viagem. Naquele dia, o Carnaval fervia pelas ruas da cidade e ninguém queria saber de trabalhar. Foi quando apareceu um grupo de foliões, que resolveu fazer o serviço por uma remuneração dobrada. Esse grupo de carvoeiros, depois de abastecer o navio, saiu pelas ruas com suas pás nas mãos voltando a cair na folia. Assim nasceu, o Clube Carnavalesco das Pás, orgulho do Carnaval de Pernambuco. A agremiação mais antiga do nosso Carnaval faz festa o ano inteiro em sua sede em Campo Grande.
Sua orquestra é considerada uma das melhores do Nordeste, fazendo os casais rodopiarem pelo salão ao som de cumbias, salsas, boleros e bregas românticos.
No desfile de Carnaval de 2017, O Clube foi novamente campeão em sua categoria, levando para a avenida mais de 300 diferentes e deslumbrantes fantasias inspiradas no tempo do Conde Mauricio de Nassau, tema da apresentação.
Endereço: Rua Odorico Mendes, 263 - Campo Grande • Recife • PE -  Contato: (81) 3242.7522

terça-feira, 15 de maio de 2018

Morreu o criador do Hino do Galo da Madrugada


José Mário Chaves é um nome desconhecido para a grande maioria dos foliões, mas foi esse musico e compositor que criou o Hino do Galo da Madrugada, um ano depois da fundação da clube de máscaras considerado o maior do mundo. Em 1979, ele foi procurado pela diretoria para que criasse uma musica que chamasse os foliões para participar do desfile da agremiação, que acontecia logo ao raiar do Sábado de Zé Pereira. O frevo, imortalizado na voz de Alceu Valença, faz esse chamariz: “Ei, pessoal; ei, moçada, Carnaval começa no Galo da Madrugada.”

A musica ganhou notoriedade e hoje é conhecida de todos. Seu autor, porém, morreu praticamente no anonimato, esquecido pelos foliões e pela mídia. José Mário Chaves era também professor universitário e veio a falecer no sábado (12/05) depois de passar alguns dias hospitalizado.